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Hoje nesta manhã de domingo, recebi um telefonema da minha esposa:
- Onde estás?
- A passar em frente à igreja.
- Foste ao pão?
- Fui semear o pão. Espera um bocadinho…
Não, não havia missa a essa hora e também não dão pão na nossa igreja (mas para quem tiver interesse, às vezes dão o pão de S. António no fim da missa da igreja de S. Donato, aos domingos às 16, no antigo convento franciscano da Azurara).
O que se passa é que costumo ir buscar pão ao domingo de manhã e há uma padaria em frente à igreja de Árvore.
Mas hoje, em vez de ir ao pão, despachei a alimentação das vacas e dos vitelos, pedi aos meus primos um bocado de semente como quem pede um raminho de salsa à vizinha e fui semear o cabeceira da ultima sementeira de erva deste ano.
Semeei debaixo das primeiras gotas de chuva e dos últimos kg de pó. Agora "Deus ponha a virtude porque eu já fiz o que pude".
Costuma dizer-se por aqui que "os lavradores tem os bens ao luar", pensando nas bouças que podem arder ou ser roubada alguma madeira, mas também as nossas sementeiras estão dependentes do tempo. O ano passado começou a chover a 16 de Outubro e só parou em Fevereiro. Houve terrenos que não consegui semear ou semeei tarde e a produzir pouco. Este ano preveni-me e andei mais cedo, mas também estou a arriscar. Em Ponte de Lima ou mesmo aqui noutras freguesias de Vila do Conde, como Arcos, já houve enxurradas a destruir sementeiras. Não há como fugir, o risco faz parte da nossa atividade, mesmo que a gente use "cinto e suspensórios". S. Pedro, manda lá a chuva de mansinho, se faz favor!
#carlosnevesagricultor