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44511 idosos foram sinalizados pela GNR por viverem sozinhos ou isolados em situação vulnerável em zonas rurais, segundo um comunicado divulgado esta semana.
Antigamente a nossa vida era mais curta e as nossas famílias e casas eram maiores. Numa família numerosa era mais fácil encontrar algum filho, quase sempre filha, disponível para sacrificar a sua vida a cuidar dos pais até ao fim da vida. Tenho um enorme respeito e admiração por aqueles e aquelas que cuidaram, cuidam e também precisam de apoio.
Por outro lado, temos hoje segurança social e respostas comunitárias de IPSS que antes não existiam. Apesar do muito que ainda falta fazer e melhorar, temos lares para residência permanente e centros de dia onde os mais velhos podem passar umas horas de convívio com algumas atividades, ter apoio para as refeições e higiene pessoal. E essas horas no centro de dia são também as horas de descanso possível para os cuidadores familiares, para fazer as compras ou para o seu ganha-pão. Deixo aqui uma palavra de agradecimento aos trabalhadores que cuidam dos nossos mais velhos e uma palavra de encorajamento a quem esteja com vergonha ou receio de ir para um centro de dia.
A solidão é dolorosa. As visitas de amigos e familiares atenuam essa solidão, mas se já era difícil encontrar tempo disponível (e coragem, às vezes) para visitar um familiar ou amigo idoso, a necessidade de os protegermos da pandemia deixou-nos ainda mais distantes e aos idosos mais sós.
Por outro lado, hoje temos tecnologias que nos ajudam a manter o contacto, mesmo com os familiares do outro lado do mundo. Claro que um idoso nem sempre consegue fazer uma videochamada no tablet (às vezes, será uma questão de algum tempo e paciência), mas um simples telefonema já vale a pena, nem que seja para dar os bons-dias e falar sobre o estado do tempo, quando não sabemos mais o que dizer. Vamos ligar mais aos mais velhos?
#carlosnevesagricultor