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"As "As castanhas são os aquénios (geralmente três) do ouriço, o fruto, com espinhos, do castanheiro-da-europa (Castanea sativa).
Presume-se que a castanha seja oriunda da Ásia Menor, Balcãs e Cáucaso, acompanhando a história da civilização ocidental desde há mais de 100 mil anos. A par com o pistácio, a castanha constituiu um importante contributo calórico ao homem pré-histórico que também a utilizou na alimentação dos animais.
Os gregos e os romanos colocavam castanhas em ânforas cheias de mel silvestre. Este conservava o alimento e impregnava-o com o seu sabor. Os romanos incluíam a castanha nos seus banquetes. Durante a Idade Média, nos mosteiros e abadias, monges e freiras utilizavam frequentemente as castanhas nas suas receitas. Por esta altura, a castanha, era moída, tendo-se tornado mesmo um dos principais farináceos da Europa.
Com o Renascimento, a gastronomia assume novo requinte, com novas fórmulas e confeções. Surge o marron glacé, passando de França para Espanha e daí, com as Invasões Francesas, chega a Portugal.
A castanha que comemos é, de facto, uma semente que surge no interior de um ouriço (o fruto do castanheiro). Mas, embora seja uma semente, como as nozes, tem muito menos gordura e muito mais amido (um hidrato de carbono), o que lhe dá outras possibilidades de uso na alimentação. As castanhas têm mesmo cerca do dobro da percentagem de amido das batatas. São também ricas em vitaminas C e B6 e uma boa fonte de potássio. Consideradas, atualmente, quase como uma “guloseima” de época, as castanhas, em tempo idos, constituíram um nutritivo complemento alimentar, substituindo o pão na ausência deste, quando os rigores e escassez do Inverno se instalavam. Cozidas, assadas ou transformadas em farinha, as castanhas sempre foram um alimento muito popular, cujo aproveitamento remonta à Pré-História." (Da Wikipédia)
Comecei este texto numa tarde soalheira de início de Outono. Mais cinzentos e preocupantes são os números crescentes de casos diagnosticados de Covid-19 que nos deixam apreensivos quanto ao futuro próximo. Dificilmente teremos magustos e feiras de S. Martinho e o que houver será muito limitado.
Tenho pena da falta de convívio, da festas e do “arejar” que as feiras agrícolas e as feiras das colheitas permitiam. Podemos manter o contacto e passar o tempo com as redes sociais e todos os meios de comunicação à distância, mas não é a mesma coisa. Mesmo assim, mesmo com as limitações, devemos fazê-lo. Fazer o pouco, pequeno que for possível. Manter o contacto através dos novos meios. O “confinamento geral” que passámos e os confinamentos locais ou individuais que teremos de fazer seriam muito mais duros há alguns anos quando não havia internet, telemóveis e redes sociais. Com o outono, o inverno, os dias cinzentos e chuvosos, o cansaço e depressão serão maiores e será mais difícil aguentar.
Como podem ler no texto acima, a castanha já foi peça fundamental da nossa alimentação. Hoje é uma iguaria, uma sobremesa, ainda assim uma produção muito importante em algumas regiões do interior do nosso pais. Comer castanhas também alimenta muitos portugueses.
Comprem castanhas. Vão à feira, ao supermercado ou mandem vir pela net. Coloquem-nas a assar, seja no fogareiro com brasas ou no grelhador elétrico. Convivam em família. Bebam um copo da vossa adega (pelo S. Martinho, vai à adega e prova o vinho), da adega de um amigo (aquele mesmo amigo a cuja horta vocês recorreram no confinamento) ou um copo de qualquer bom vinho, sumo ou o que vos apetecer. Celebrem o S. Martinho em família, em segurança, mas celebrem. Isto vai melhorar! Saúde! (publicado na revista mundo rural de Novembro 2020) Carlos Neves